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Morar em outro país pode ser desafiador para crianças

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Migrar para outro país em busca de uma melhor qualidade de vida tem se tornado cada vez mais uma realidade para muitos cidadãos brasileiros. Segundo os dados mais recentes do Ministério das Relações Exteriores, mais de 2,6 milhões de pessoas deixaram o país na década de 2012 a 2022. A mudança costuma ser motivada por melhores oportunidades de emprego, segurança, educação e bem-estar.

Entretanto, a realidade no exterior nem sempre é tão simples como o esperado, principalmente para as crianças. A adaptação dos filhos a um novo ambiente com cultura e hábitos diferentes, assim como a socialização na hora de fazer novos amigos, é uma das preocupações da família.

Os pais são os principais responsáveis por tornar o processo mais fácil, a partir de muita conversa e compreensão. É preciso estabelecer um bom diálogo com a criança, se colocando como porto seguro para ouvir seus sentimentos e angústias. Não deixe de explicar o que motivou essa decisão e sobre como será esse processo, não escondendo qualquer informação e evitando traumas futuros.

Faça um planejamento antes da viagem

Conhecer ao máximo o destino antes mesmo de viajar é muito importante. Realize pesquisas aprofundadas sobre a sua cultura, sistema de saúde e estilo de vida. Um planejamento cuidadoso contribui para a tomada de decisões pelo bem-estar da família.

É preciso estar preparado para os possíveis desafios e, se possível, já inserir alguns elementos na rotina dos pequenos, seja através da introdução de comidas típicas, principalmente para os que têm maior seletividade alimentar, ou de cursos de língua inglesa para crianças, caso seja o idioma predominante do país escolhido. Esteja ciente das suas necessidades sociais, fisiológicas e de estima.

Crie laços e compartilhe experiências

Segundo a estimativa enviada pelos postos do Itamaraty no exterior, utilizando os insumos relativos ao ano-base de 2022, cerca de 4,5 milhões de brasileiros vivem no exterior. Destes, 1,9 milhão de cidadãos estão nos Estados Unidos. Sendo assim, procurar grupos de expatriados pode ser uma grande oportunidade para estabelecer uma rede de apoio.

Muitas cidades participam de coletivos que organizam encontros e atividades para promover essa conexão, o que é uma boa alternativa para conhecer outros pais expatriados, que passam ou já passaram pela mesma situação e podem compartilhar experiências. Investir em um curso para aprender inglês também facilita o contato com outros imigrantes.

Incentive o estudo do novo idioma

Começar os estudos em uma nova escola já é um desafio no local de origem, mas quando se considera um país diferente tende a ser ainda pior. Além da preocupação de adaptação ao ambiente escolar e convivência com novos amigos, será necessário conhecer uma nova língua e cultura. Por isso, é necessário incentivar o aprendizado do novo idioma para interagir com os colegas e trocar as informações mais básicas.

O Paraguai é o terceiro país no ranking dos que mais recebem brasileiros, atrás apenas de Estados Unidos e Portugal, conforme o Itamaraty. Mas apesar de ser um país vizinho e com diversas semelhanças, há muitas diferenças na comunicação que podem gerar desentendimentos. Sendo assim, realizar cursos de espanhol é uma alternativa para que as crianças se sintam mais confortáveis e preparadas para pedir orientações e reagir às situações do dia a dia.

Apoio emocional e identidade cultural

Se para os adultos já é difícil se habituar a uma nova rotina, para as crianças a situação pode ser ainda mais complicada. Por isso, tente sempre resgatar a cultura de origem, celebrando feriados e tradições e incentivando o contato, mesmo que on-line, com os amigos e familiares que estão distantes. Promova o apoio mútuo mostrando que, como pais, também sentem saudade e precisam enfrentar os mesmos desafios.

É preciso escutar e compreender os sentimentos da criança e, caso necessário, considerar   a necessidade de buscar ajuda profissional. Cuidar da saúde mental em um momento estressante pode ser desafiador, por isso, é preciso que a família seja paciente e busque um tempo para si, a fim de evitar a solidão e o isolamento.

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