Quatro em cada dez pessoas sentem dores no nervo ciático, porém nem toda dor nas costas advém do ciático. Fisioterapeuta explica como são as dores que, de fato, advém da inflamação do nervo.
Quem nunca sentiu uma dor nas costas e imediatamente assumiu “É o ciático”? Quando se trata de dor lombar, uma série de termos vem à mente: dor ciática, dor no glúteo, dor no piriforme. Segundo estudo, 40% da população deve sofrer com dores no ciático ao longo da vida, porém, será que todas essas dores são realmente iguais? É fundamental compreender a terminologia para direcionar o tratamento de forma eficaz.
“É comum recebermos pacientes com dor na região glútea e imediatamente presumir que seja ciático ou relacionado ao piriforme. No entanto, devemos nos questionar se a origem da dor é realmente essa e entender o tipo específico de dor em questão para tratar da forma correta”, explica Bernardo Sampaio, fisioterapeuta e diretor clínico do ITC Vertebral de Guarulhos.
O especialista ainda indica que é bastante possível que o paciente esteja lidando com diferentes tipos de dor lombar, desde dor de origem no ciático com mecanismos de sensibilização central até dor na tíbia, onde estímulos mecânicos desempenham um papel crucial.
Para identificar se a dor é de fato do nervo ciático ou não, o fisioterapeuta diz que, ao avaliar um paciente, é fundamental distinguir se a dor é de origem lombar com ou sem irradiação. Isso permite entender se a irradiação realmente vem da coluna lombar ou se é uma referência de dor de outras regiões, como parte miofascial ou muscular. Bernardo Sampaio elenca alguns sintomas mais comuns das dores que advém da inflamação no ciático, veja:
- Dor na parte posterior da perna e glúteo;
- Pouca dor lombar;
- Dores na perna em forma de choque queimação;
- Geralmente em apenas um dos membros inferiores;
- Nos casos mais graves pode ocorrer diminuição da força no membro inferior;
- Geralmente a dor melhora deitado;
- A dor piora sentado ou em pé;
- Pode apresentar piora ao espirrar ou tossir.
Além disso, é importante destacar que a maioria dos quadros de dor irradiada da coluna lombar não está relacionada ao piriforme, já que a incidência da síndrome é relativamente menor.
“Entender essas nuances permite uma intervenção precisa, escolhendo as melhores técnicas e abordagens de tratamento para cada caso. Com uma abordagem informada, é possível não só aliviar a dor, mas também promover a recuperação e garantir resultados positivos para o paciente”, finaliza Bernardo.