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Esquizofrenia: especialista fala sobre doença que afeta mais de 1 milhão de brasileiros

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No dia 24 de maio, é celebrado o Dia Mundial da Pessoa com Esquizofrenia, transtorno mental grave que afeta cerca de 1,6 milhão de brasileiros, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os sintomas da doença são caracterizados pela perda de contato com a realidade, alucinações e falsas convicções, diminuindo consideravelmente a qualidade de vida dessas pessoas.

De acordo com o Dr. Ariel Lipman, médico psiquiatra e diretor da SIG – Residência Terapêutica, a doença pode comprometer funções cognitivas e motoras, relacionamento social e profissional. “Na grande maioria dos casos, a pessoa com esquizofrenia não consegue gerir a própria vida”, explica.

Diferente do que muitos podem pensar, não existe somente um tipo de esquizofrenia, o especialista revela que existem seis: paranoide, hebefrênica, catatônica, simples, residual e indiferenciada. “O tratamento não é feito da mesma forma em todos os pacientes, mas ele envolve medicações e acompanhamento de psicoterapia e terapia ocupacional, mas, mais uma vez, é bastante individualizado”, diz.

Paranoide

Esse é o tipo mais comum da esquizofrenia e está associado a delírios e alucinações, que são os sintomas mais conhecidos da doença. “Esses pacientes costumam ser desconfiados, já que eles acabam perdendo a noção do que é real e do que não é. Também por isso, é um tipo mais fácil de ser diagnosticado”, comenta o psiquiatra.

Nesses casos, os sintomas também incluem insônia, muita irritabilidade e até mesmo uma menor socialização nos ambientes de trabalho, escolares, etc.

Hebefrênica

O termo, de origem grega, está associado à palavra “adolescência”, já que esse tipo de esquizofrenia normalmente começa durante essa fase da vida. “O tipo hebefrênico vem com a característica de respostas emocionais superficiais ou sem sentido para o contexto”, explica o especialista.

“Essas pessoas também podem ter falas desorganizadas e problemas comportamentais associados a essa desorganização, como, por exemplo, rir em momentos tristes e chorar com uma situação positiva”, complementa ele.

Catatônica

Já no caso da esquizofrenia catatônica, o comportamento motor do paciente chama mais atenção. “Nesse tipo, as pessoas podem ficar imóveis, mudas e perder parte de ações voluntários”, explica o psiquiatra.

A catatonia, no entanto, não ocorre apenas em pacientes esquizofrênicos e também é observada em outras doenças mentais, como transtornos de humor. “Como estamos falando de uma condição que atrapalha ainda mais a qualidade de vida com sintomas físicos, o diagnóstico passa a ser muito importante”, completa.

Indiferenciada

Por fim, a esquizofrenia indiferenciada mostra uma diminuição lenta – e por isso mais difícil de ser percebida – em interesses e interações do paciente. Nesses casos, dificilmente emoções se aprofundam.

“É percebida uma diminuição de atividade mental e reação simples a situações do cotidiano. Podemos notar nesses pacientes uma indiferença e apatia”, explica o médico psiquiatra.

Embora cada tipo de esquizofrenia apareça de forma diferente em cada pessoa, é importante ressaltar a importância de procurar um especialista, afinal, trata-se de uma doença mental grave e que compromete a vida do paciente.

Simples

O subtipo simples acontece, segundo o Dr. Ariel, quando o paciente não faz sintomas como delírios, alucinações ou desorganização, “Nesse caso, eles possuem um predomínio de sintomas como embotamento afetivo, ausência de volição, isolamento social, entre outros, que são chamados de sintomas negativos”.

Residual

A esquizofrenia residual pode ser a evolução de todos os subtipos acima. “Ela ocorre quando se tem anos de evolução da doença e os sintomas chamados positivos (delírios, alucinações, desorganização) estão mais brandos, ou até inexistentes, porém o paciente apresenta diversos sintomas negativos (embotamento afetivo, isolamento, hipobulia), explica Lipman.

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