Pequeno Príncipe realiza aula online gratuita para tratar do tema durante a Semana Mundial das Imunodeficiências Primárias, que começa nesta segunda (22/4)
Na véspera da Semana Mundial das Imunodeficiências Primárias, celebrada todos os anos de 22 a 29 de abril, o Pequeno Príncipe, maior e mais completo hospital pediátrico do país, reforça a importância do diagnóstico precoce dos erros inatos da imunidade. Em todo o mundo, essas doenças congênitas, que alteram a resposta imune do organismo, afetam mais de seis milhões de pessoas. Só no Brasil, cerca de 170 mil pessoas têm alguma das mais de 500 doenças já identificadas.
Embora as manifestações clínicas sejam desenvolvidas em qualquer idade, essas doenças são prevalentes no público infantil. O impacto no sistema imunológico faz com que o paciente fique vulnerável a infecções graves e/ou recorrentes, além de levar à predisposição a certos tipos de câncer, doenças autoimunes ou enfermidades autoinflamatórias. Nesses casos, a rápida identificação delas pode garantir não só uma melhor qualidade de vida aos pacientes, mas também salvar vidas.
“Não podemos falar sobre saúde para todos sem falar do direito ao diagnóstico precoce. Nos casos da imunodeficiência combinada grave (SCID, sigla em inglês), por exemplo, 98% das pessoas que não são diagnosticadas nos primeiros meses de vida morrem antes de completar 2 anos de vida, por exemplo”, enfatiza a alergista e imunologista pediátrica e diretora de Medicina Translacional do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, Carolina Prando.
Teste do pezinho
A ampliação da detecção de doenças por meio do teste do pezinho poderia ser a solução para assegurar um diagnóstico rápido. Feito a partir da coleta de sangue no calcanhar dos recém-nascidos, o exame identifica doenças metabólicas, genéticas e infecciosas. Para que a prevenção precoce seja possível, a coleta deve ser efetuada entre o terceiro e o quinto dia de vida do bebê.
Uma lei federal de 2021 ampliou para mais de 50 o número de doenças que poderão ser rastreadas pelo teste do pezinho feito pelo SUS. Mas a ampliação, no entanto, está sendo feita de forma escalonada, dividida em cinco etapas. A detecção dos erros inatos faz parte da quarta fase, e a universalização não segue o mesmo cronograma em todo o país.
Em Curitiba, por exemplo, um projeto de lei de autoria da vereadora Amália Tortato propõe essa ampliação. Entre os argumentos está a atuação do Pequeno Príncipe como referência nacional para o tratamento dessas doenças. A proposta leva o nome de pacientes atendidos pelo Hospital e que representam a importância do diagnóstico precoce.