A ONG paulistana Zoé continua seu trabalho voltado a levar saúde especializada a populações ribeirinhas, no Pará, o estado do Brasil com menor proporção de médicos por habitante (1,07). De 2 a 10 de dezembro, em sua 22ª expedição, a Zoé prevê realizar mais de 300 procedimentos, entre cirurgias convencionais e laparoscópicas, exames de ultrassom e consultas médicas no Hospital Municipal de Belterra (PA). Além disso, no mês de conscientização sobre o câncer de pele, o Dezembro Laranja, a Zoé também vai atuar com consultas e cirurgias dermatológicas
De 2 a 10 de dezembro, cerca de 20 voluntários da ONG paulistana Zoé, um grupo formado por cirurgiões, anestesistas, dermatologistas, radiologistas e profissionais de enfermagem, além de residentes e acadêmicos de medicina, estarão em Belterra, no Pará. O time fará cirurgias laparoscópicas e convencionais de hérnia e vesícula; exames de ultrassom; e consultas e cirurgias dermatológicas. No total, a previsão é realizar no Hospital Municipal de Belterra (HMB) mais de 300 procedimentos médicos.
A atuação em dermatologia acontece alinhada ao mês de conscientização sobre o câncer de pele, o Dezembro Laranja. Assim, serão feitas consultas dermatológicas, com foco no diagnóstico de lesões malignas e pré-malignas e tratamento cirúrgico. É uma ação importante visto que o câncer de pele é o tipo de doença oncológica mais frequente no Brasil. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) informa que o câncer de pele corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. Do total de casos, 4% são do tipo mais grave, o melanoma, que apresenta alto potencial de metástase (disseminação do câncer para outros órgãos). O câncer de pele mais frequente, o não melanoma, apesar de menos grave, pode causar deformações. Nos dois tipos de câncer de pele, o diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento.
Todas essas ações fazem parte da 22ª Expedição da Zoé, ONG fundada em São Paulo, em 2019, com o propósito de levar saúde as populações ribeirinhas do Rio Tapajós, no Pará. O trabalho também ajuda a desafogar a fila do Sistema Único de Saúde (SUS) na região, cuja espera para procedimentos que serão realizados pode levar de meses a anos.
Atuação conjunta com Prefeitura e organizações locais
Uma das primeiras ações da Zoé foi estruturar, em parceria com a Prefeitura local, o centro cirúrgico no Hospital Municipal de Belterra (HMB). Esse investimento foi importante para os moradores da região que, no caso de uma cirurgia, tinham dificuldade de arcar com os custos de deslocamento até Santarém. O objetivo é transformar o HMB em um polo de atendimento à saúde na região, incluindo Aveiro e parte de Santarém.
Para chegar às comunidades cujo acesso só é possível por via fluvial, a ONG tem utilizado o barco hospital Abaré, da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), e o barco hospital Papa Francisco, da Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus. Com isso, a Zoé pretende consolidar um modelo de atendimento à saúde que pode ser replicado em outras localidades do país com características socioeconômicas e geográficas semelhantes.
Sobre a Zoé
A Zoé foi fundada em São Paulo (SP), no final de 2019, por um grupo formado predominantemente por médicos – entre eles, Marcelo Averbach (cirurgião e colonoscopista) e Marco Aurélio D’Assunção (endoscopista) – com histórico pessoal de atendimento a populações da Amazônia.
No total, considerando as 21 primeiras expedições, já foram realizados 4.881 atendimentos, envolvendo 227 voluntários na região Oeste do Pará. Entre os procedimentos, cirurgias de hernia, vesícula e dermatológicas; ultrassonografias; endoscopias; tratamento de varizes.